6. Babalon
Para ela, há diversos nomes. “A Grande Mãe”, “Mulher Escarlate”, “Prostituta da Babilônia”, etc.
Cada um de seus nomes passa uma mensagem diferente. Babalon é plural.
Para a cristandade, ela é o símbolo da blasfêmia, da decadência e do pecado, conforme é apresentada em Apocalipse 17:3-9. Babalon é, ainda, a personificação da própria Babilônia.
Blasfêmia, decadência e pecado representados através de uma figura feminina... já ouviu essa história antes?
Para enfatizar ainda mais a depravação moral de Babalon, sua descrição é a seguinte: “uma mulher assentada sobre uma besta; (...) vestida de púrpura e de escarlate, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; (...) na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua fornicação; (...) a mãe das prostituições e abominações da terra.”.
Fora da cristandade, porém, Babalon é a deusa da liberdade sexual feminina. Simboliza emancipação, maturidade, capacidade de tomar as próprias decisões. Babalon é livre, tem desejos, aprecia o prazer; Babalon é mulher.
Sua versão bíblica a apresenta como bruxa, prostituta e mãe de todo o mal; isso nos leva a concluir nosso projeto com um padrão que amarra todas as personagens: a cristandade busca representar, através de figuras femininas, tudo aquilo que é ou não indesejado, inaceitável e estritamente proibido.
Criam-se papéis de gênero.